Você gosta de quem você é? Se eu pedisse a você para me dizer quais características positivas você tem, você saberia me dizer? Como anda sua autoestima? Autoestima pode ser definida como o respeito e o valor que damos a nós mesmos e ela pode ser qualificada como normal (saudável), baixa ou alta. Baixa autoestima NÃO tem a ver com humildade. Humildade é uma característica da pessoa com uma autoestima normal, saudável. Pessoas que não conseguem enxergar o próprio valor e o respeito que merecem acabam sofrendo consequências emocionais bastante dolorosas ao longo da vida como o desenvolvimento de um quadro depressivo, a descrença em seu potencial (profissional, acadêmico, amoroso, etc), ou mesmo a tolerância a situações ou relacionamentos abusivos e destrutivos. Por que algumas pessoas têm baixa autoestima e como melhorá-la?
1. Pessoas que cresceram ouvindo de seus pais (ou de pessoas importantes para elas) que não eram boas o suficiente, que eram “burras”, que não serviam para nada, que faziam tudo errado, podem não conseguir confiar em si mesmas ao longo da vida porque aqueles em quem mais confiavam (seus pais ou cuidadores) desconfiavam de suas capacidades.
2. Pessoas que tiveram pais ou cuidadores muito ocupados e que “não tinham tempo” para os filhos (as) podem ter se sentido, ao longo principalmente da infância, preteridas e não importantes a ponto de serem merecedoras da atenção/elogios/carinho dos pais, e podem ter maior dificuldade em mudar esta maneira de enxergar a si mesmas no decorrer dos anos.
3. Pessoas cujos pais brigavam frequentemente podem ter desenvolvido uma ideia de não serem boas o suficiente para serem capazes de manter o bem-estar no lar, como se a responsabilidade por isso fosse da própria criança, o que não é verdade.
4. Pessoas que sofreram algum tipo de bullying/abuso na infância podem, também, desenvolver uma baixa autoestima. Bullying é todo comportamento que faz com que a pessoa se sinta ridicularizada, desrespeitada e abusada em algum sentido por outra. A tendência à baixa autoestima pode aumentar em casos em que os pais da criança que sofria o bullying: ou eram indiferentes ou que acontecia, ou eram superprotetores (faz com que a criança entenda que ela não é capaz de lidar com problemas; sempre os pais precisam resolver por ela), ou também agiam como abusadores da criança em algum sentido.
5. Pessoas que sofreram dificuldades acadêmicas e que não tiveram algum suporte pedagógico ou psicopedagógico também podem se sentir inferiorizadas por conta da desvalorização ou atitudes de sarcasmos de coleguinhas de classe ou mesmo de professores.
6. Pessoas que sofreram traumas principalmente relacionados a abusos físicos, sexuais ou emocionais geralmente carregam consigo muitos sofrimentos emocionais e uma dificuldade em se darem algum valor e respeito, já que não receberam enquanto criança/adolescente.
7. Pessoas muito sensíveis à influência da mídia e da sociedade no que diz respeito a padrão de beleza e de comportamento podem, também, desenvolver um sentimento de desvalor quanto a si mesmas, ao viverem se comparando com “o que deveriam ser” ou “com quem deveriam parecer”.
Por causa de inúmeros sofrimentos vividos ao longo da vida, pessoas com baixa autoestima podem permanecer se autovitimando por tudo o que sofreram. No entanto, mais importante do que aconteceu com elas é o que elas farão por si mesmas. No próximo post você saberá como desenvolver ou recuperar sua autoestima.
Escrito por Thais Souza, psicóloga clínica e pós-graduada em aconselhamento familiar.