Você é ansioso (a)? Hoje em dia é muito difícil não sentirmos ansiedade. Aliás, ela faz parte do nosso dia a dia, e nem sempre está relacionada a alguma coisa ruim. Sentimos ansiedade quando vamos encontrar alguém que não vemos há algum tempo, quando vamos fazer uma prova de vestibular, quando planejamos férias e elas estão prestes a chegar… mas, existe a ansiedade que é normal e a ansiedade que é patológica. Uma pessoa que sente uma ansiedade normal apresenta sintomas de ansiedade, mas não fica paralisada diante da situação potencialmente ameaçadora. Já a ansiedade patológica é um sentimento desagradável de medo e apreensão, que envolve tensão e que surge por causa de uma sensação de perigo iminente, como se algo ruim fosse acontecer. O pensamento é dominado por preocupações excessivas e o medo se torna irracional, trazendo prejuízos à vida social, aos relacionamentos, ao estudo e ao trabalho. A ansiedade patológica se expressa através dos transtornos de ansiedade, e hoje conheceremos os principais:
1. Ataque e Transtorno de Pânico: o ataque de pânico é uma crise aguda de ansiedade na qual a pessoa sente um medo intenso acompanhado por sintomas físicos desagradáveis como taquicardia, sudorese, tremores, sensação de falta de ar, dor ou desconforto torácico, náusea, sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio, sensações de irrealidade (desrealização) e de estar distanciado de si mesmo (despersonalização), medo de perder o controle ou enlouquecer, medo de morrer, sensações de formigamento (parestesias), e calafrios ou ondas de calor, tendo um início súbito e podendo durar alguns minutos, sem uma causa específica. Se a pessoa apresenta estas crises de pânico com alguma frequência e desenvolve um medo ou preocupação persistente em ter outras crises, pode ser diagnosticado o Transtorno do Pânico.
2. Fobias específicas: medo exagerado e persistente de objetos ou situações (animais, altura, lugares fechados, agulha, e outros) e esse medo leva a pessoa a se esquivar daquilo que é temido interferindo de forma significativa da rotina diária, no funcionamento ocupacional ou na vida social do indivíduo.
3. Fobia Social: medo exagerado de situações sociais nas quais seja necessário que a pessoa se exponha a outras pessoas como, por exemplo, falar em público, fazer uma refeição em um local público, cantar ou tocar um instrumento musical, utilizar banheiros públicos, ser fotografado ou filmado.
4. Transtorno Obsessivo Compulsivo: transtorno de ansiedade que integra obsessões e compulsões. Obsessões são pensamentos repetitivos, negativos e estressantes que ocorrem de forma persistente e intrusiva (sem que a pessoa queira), e as compulsões são os comportamentos repetitivos que a pessoa desenvolve na tentativa de eliminar ou amenizar estes pensamentos, e este ciclo acaba se tornando incontrolável para muitas pessoas.
5. Transtorno de Estresse Pós-Traumático: se apresenta com um conjunto de sintomas físicos e emocionais que surgem após um evento traumático (acidente, assalto, sequestro, desastres naturais…), incluindo alterações do sono, um grande aumento da ansiedade, lembranças do acidente como se fosse em flashes na mente, esquiva de falar sobre o assunto de situações que façam lembrar do que aconteceu, sonhos aflitivos e recorrentes com o que aconteceu, e sintomas físicos semelhantes aos do momento do evento quando em contato com situações que lembrem o ocorrido como taquicardia, sudorese, tremor, pânico.
6. Transtorno de Ansiedade Generalizada: sentimento constante de apreensão por causa de uma percepção errônea de que tudo ao seu redor é perigoso e ameaçador. A pessoa sente necessidade de vigiar constantemente para que nada de ruim aconteça, acreditando ser impossível viver de forma tranquila. Alguns sintomas acompanham esse quadro como dificuldade de concentração, nervosismo, medos sem motivos, taquicardia, sudorese, náuseas, desconforto abdominal, ondas de calor ou calafrios, dores musculares, sensação de falta de ar, perturbações do sono, fadiga e sensação de esgotamento.
Estes são os principais transtornos de ansiedade. Muitas pessoas têm algum destes transtornos, mas não sabem que se trata de uma doença, e acabam passando até mesmo anos sofrendo, sendo que poderiam viver muito bem se buscassem um tratamento específico para o transtorno. Falaremos sobre as formas de tratamento no último texto desta série (parte 5). No próximo post, vamos falar sobre as causas dessa ansiedade exagerada. “De onde vem a ansiedade?”.
Escrito por Thais Souza, psicóloga, pós-graduada em Aconselhamento Familiar.