Abuso emocional: como se proteger?

No artigo anterior, falamos sobre comportamentos que caracterizam um abuso emocional, e ficamos de falar neste sobre como a pessoa que é abusada emocionalmente pode se proteger deste tipo de abuso. Se você não leu o artigo anterior e tem dúvidas quanto ao que seja abuso emocional, leia para que você possa identificar se você passa por isso ou não.

Bom, o que uma pessoa que sofre abuso emocional pode fazer, então, para se proteger deste tipo de violência?

1.Um primeiro ponto é entender que abuso emocional é realmente um tipo de violência. Por isso, é importante que você cuide de si mesmo em primeiro lugar, em vez de achar que o comportamento abusivo da outra pessoa tem fundamento, ou que deve ser tolerado.

2. Entenda que você não vai conseguir mudar a outra pessoa, e sim a forma de se relacionar com esta pessoa. Não faça da sua vida uma tentativa de mudar a outra pessoa. Às vezes a pessoa que sofre este tipo de abuso passa a ter como meta de vida a tentativa de fazer com que a pessoa que abusa dela mude. Mas, o ponto principal não deve ser este, mesmo porque uma pessoa só muda quando ela deseja mudar, e não quando outra pessoa deseja que ela mude. Então, o ponto de partida precisa ser da própria pessoa que sofre o abuso em aprender a se proteger e a reagir diante desta situação.

3. Procure mais informações sobre abuso emocional. Busque artigos na internet, grupos de apoio de pessoas que passam pela mesma situação, e busque ajuda para que aprenda a lidar com este tipo de abuso que é pouco comentado.

4. Tenha uma conversa com o abusador sobre quão danosos estes comportamentos têm sido para você e deixe claro como eles estão afetando você. Nesta conversa, procure falar sobre você e seus sentimentos, e não sobre o que o outro faz ou deixa de fazer. A tendência é que a pessoa aja com menos defensividade quando ouve outra pessoa falar sobre si mesma do que quando a ouve falando sobre aquele com quem está conversando. Mas, não espere que o abusador, com esta conversa, mude ou aceite que está agindo errado. Pode ser que isto não aconteça, mas a conversa será importante mesmo assim para que a pessoa saiba que você está percebendo que tais comportamentos não são legais e nem admissíveis.

5. Estabeleça limites. O agressor vê sua falta de colocação de limites como um sinal de que você aprova o seu comportamento abusivo. Os limites protegerão você. Podem ser: não continuar com uma conversa quando estiver ocorrendo abuso verbal e alteração de voz ou deixar claro que você não abrirá mão da sua liberdade cabível dentro de um relacionamento.

6. Perceba sua condição de co-dependente: (co-dependente é a pessoa que não vive a própria vida, e é dependente de cuidar da vida do outro e de fazê-lo mudar de comportamento). Trabalhe contra isso com ajuda externa (pode ser através de uma ajuda psicológica com um psicólogo).

7. Tenha consciência quanto a suas próprias dificuldades emocionais particulares como, por exemplo, a dificuldade de expressar raiva, que é necessária para estabelecer limites.

8. Avalie a sua segurança pessoal. Caso os comportamentos abusivos estejam fora de controle e trazendo consequências graves para sua saúde emocional e física, medidas de proteção mais sérias devem ser tomadas, desde uma separação temporária até a própria denúncia à delegacia da mulher ou geral.

Escrito por Thais Souza, psicóloga clínica, pós-graduada em aconselhamento familiar.

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