Você sabe o que o outro está sentindo?

Você consegue perceber como as pessoas ao seu lado estão se sentindo? É claro que isto não é tão fácil assim com pessoas que não conhecemos e que são distantes de nós. Mas, e com aquelas com quem você se relaciona diariamente?

Hoje em dia é pouco comum termos “tempo” (ou disposição, em alguns casos) para olharmos para a outra pessoa enquanto ela fala com a gente. É muito comum estarmos fazendo coisas paralelas – arrumando a casa, cuidando do filho, checando emails, concluindo tarefas no trabalho ou rolando a tela do Facebook – enquanto o outro fala alguma coisa. Esta falta de olhar no olho do outro nos torna cada vez menos sensíveis e menos capazes de reconhecer emoções/sentimentos mesmo em alguém bem próximo afetivamente a nós. Pesquisas científicas recentes mostraram como a vida atropelada que vivemos e o uso frequente e viciante dos smartphones e tablets têm contribuído para esta inabilidade no reconhecimento do que se passa com o outro.

Quanto mais insensíveis e inábeis para reconhecermos quando um amigo, marido, mulher, colega de trabalho, está triste, preocupado, com raiva, desmotivado, desesperançado, feliz, animado, mais distantes nos tornamos uns dos outros porque não participamos daquilo que está acontecendo emocionalmente com quem gostamos ou amamos. Nos tornamos alheios aos sentimentos dos outros. Muitas vezes sabemos de tudo o que está acontecendo no mundo exterior àquela pessoa (o que ela fez hoje, que conta pagou, em qual supermercado foi, a reunião que teve no trabalho), mas não sabemos o que acontece em seu mundo interior. Isto depende de:

  1. Ter tempo intencional para a pessoa (ou seja, tempo planejado, em vez de prestar atenção ao outro somente se der tempo ou com o tempo que sobrar depois de tudo o que precisa fazer no dia).
  2. Olhar nos olhos dela com interesse e prestar atenção em suas expressões, tom de voz, maneira de falar, a fim de perceber como ela está se sentindo.
  3. Colocar smartphones de lado, desligar a TV por um momento e direcionar a sua atenção sincera para o que o outro diz ou para saber como o outro está.
  4. Se envolver no diálogo com o outro em vez de somente ouvir sem nenhuma expressão de compreensão e preocupação com o que ela está dizendo.

Sem esta prática, dificilmente desenvolveremos relacionamentos nos quais possamos nos sentir importantes e amados. Pronto (a) para praticar?

Escrito por Thais Souza, psicóloga clínica e pós-graduada em aconselhamento familiar.

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